segunda-feira, 24 de abril de 2017

ARMINIANISMO E CALVINISMO: E DAÍ?

O movimento religioso integrado pelos chamados Arminianos adota como enfoque soteriológico, ou parâmetro de interpretação do MISTÉRIO BÍBLICO DA SALVAÇÃO, o que comumente se denomina presciência, sinônimo de onisciência ou de pré-conhecimento, ornamentadamente com a figura por eles chamada de Graça Preveniente.

Em realidade intensamente palpável, esse pensamento Arminiano representa nada mais, nada menos, do que uma espécie de maquiagem da predestinação fatalista apelidada de Calvinismo, cuja concepção se atribui a um cidadão francês de nome João Calvino.

Através de análise e esquadrinhamento atento, à luz da Palavra de Deus, inevitavelmente observar-se-á que simplesmente não existe diferença minimamente significativa entre a preordenação irrestrita ou todo-inclusiva proposta pelo Calvinismo e a preordenação motivada ou norteada ou amenizada pela onisciência ou presciência com a qual acena o Arminianismo, a partir do que Deus, então, ciente de quem ou quais pessoas se inclinariam a CRER, as acolheria para a vida, como se preservando-lhes o livre-arbítrio.

Todavia, imprescindivelmente indaga-se: De que plausível maneira Deus poderia, como preconizado por Arminianos, "APENAS" conhecer previamente todas as coisas futuras sem nelas interferir decisoriamente ou, mais exatamente, sem tê-las delineado em todas as variantes da existência, sendo Ele próprio o Criador?

E, ainda por cima, dentro dessa tese Arminiana, supor que pessoas estivessem aptas ou fossem "perfeitamente livres" para o ato de escolher entre a vida e a morte, sob o olhar permissivo de Deus que, segundo o argumento desse movimento religioso, já tudo sabia, ou, mesmo tudo sabendo, decidiu "não interferir" na vontade humana, isto é, permitindo que a escolha errada e, portanto, contrária aos desígnios do Criador, prevalecesse?

Ora, se Deus JÁ SABIA, pela presciência, pelo ilimitado conhecimento do presente e do futuro, qual haveria de ser essa apenas aparente escolha humana, é evidente que o mesmo Deus assim havia determinado. É impossível conceber o pensamento ou supor válida a tese de que Criação, Poder Absoluto e Presciência seriam atributos divinos independentes entre si, isto é, que não fossem harmônicos ou sinérgicos em termos de reflexos na vida do ser humano, criatura de Deus.

Do contrário, necessariamente ter-se-ia de conviver com a ideia de que Deus, em realidade, e de caso pensado, ao contrário da teoria Arminiana, despojou-se de sua onisciência, deixou-se limitar no tempo, vale dizer, que o Criador decidira abdicar por um momento de sua Plenipotência e Soberania, como que retirando-se do contexto da Eternidade, como forma de observar qual haveria de ser a atitude do ser humano através do tão controvertido LIVRE-ARBÍTRIO ou VONTADE LIVRE.

E, nesse caso então, Deus teria sido como que "surpreendido" pela vontade autônoma da criatura e deixou-se "vencer" por ela, abrindo alas para que o ser humano verdadeiramente optasse entre os céus e as trevas, entre viver e morrer?!

Pelo ângulo dos condenados ou réprobos, e para o efeito comparativo aqui objetivado, voltando, agora, pensamento e raciocínio para o modo de pensar Calvinista, como seria, ilustrativamente, possível a alguém, no linguajar da teoria levantada por João Calvino, se dedicar a CRIAR "algo", PROJETAR "algo", SABER MINUCIOSAMENTE as numerosíssimas ações e omissões desse "algo", CONHECER D'ANTEMÃO tudo o que com esse "algo" acontecerá, e, no entanto, imputar ao próprio "algo" a "culpa"(sic) ou a "total responsabilidade"(sic) pelo que de mal lhe sobrevier, como se a vontade do "algo" houvesse sido a causa primária e absoluta de sua perdição? Dito de outro modo, o "algo" se perdeu a si mesmo por si próprio, em razão de sua perversidade cultivada!! Diz o Calvinismo.

Já com respeito aos eleitos ou agraciados com a vida eterna, o paradoxo calvinista ganha contornos ainda piores, na medida em que o cristão seria compelido a adaptar sua convicção, seu entendimento e sua fé no sentido de que Deus, em algum momento da eternidade, se é que eternidade é fracionada em momentos, "ELEGEU" predestinatoriamente e, claro, imutavelmente, alguns poucos "algos" (pessoas) como se os estivesse "SALVANDO" de uma catástrofe ou de uma perdição iminente que teria como origem "escolhas" erradas ou pecaminosas desses "algos" (pessoas) calvinisticamente fabricados, sem que, por parte desses escolhidos "algos", houvesse ou tivesse havido qualquer manifestação até mesmo de vontade de serem salvos ou de buscar a salvação...

A que conclusão se pode chegar?

Que ambas essas correntes religiosas, Arminianismo e Calvinismo, preconizam doutrinas idênticas, embora há séculos inutilmente se digladiem e se acusem mutuamente de "Incompreensão Bíblica".

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